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sábado, 24 de novembro de 2012

Sem pudor

"As ruas estão movimentadas demais hoje" - disse em seu ouvido.
Pessoas correndo de lá pra cá, em seus carros, em suas pernas, bicicletas, motos e desespero. Pessoas querendo trabalho, querendo fugir de ilusões e prazeres. Pessoas fugindo de suas casas e seus relacionamentos frustrados. Pessoas aproveitando seus novos relacionamentos.
Desviamos de pessoas enquanto andamos pela calçada, de mãos dadas, as vezes tenho que te puxar para que algum babaca não esbarre em você... Pessoas correm.

Encontramos um espaço um tanto vazio, você se encosta numa barra, atrás de você um rio lindo, límpido.
Te observo, o vento bate em seu rosto e seus cabelos balançam. Você sorri.
Fixo o olhar em sua boca, lábios tão macios, gosto assim sem batom, molhado apenas pela saliva quando passa a língua entre eles, antes de mordê-los, tão natural quanto sexy.
Não posso negar o quão linda é, e o quão grande é o desejo que me desperta.

Me aproximo, minhas mãos encaixam perfeitamente em sua cintura, com firmeza, como sei que gosta. Beijo seus lábios, com intensidade. Sua língua na minha, minha língua na sua, matando a sede na saliva.
Minha perna encaixa entre as suas, você estremesse de leve, noto isso e não consigo esconder que sou a causa, eu e minha investida inocente, eu e minha língua na sua, minha perna entre as suas e minhas mãos pressionando deliciosamente sua cintura. Tesão? Sim, está com tesão, nos olhamos enquanto você morde o lábio, te puxo pra perto e digo em seu ouvido -"admita que está com tesão!", você me responde sem exitar -"Você me conhece, é como se meu corpo te pertencesse. Estou louca de tesão."

Pessoas passam atrás de nós, malditas pessoas.
Passo meu braço em volta de seu corpo e na intenção de te provocar, seguro firme em sua bunda. Você encosta em mim e sente meu tesão. -"Sim, também estou louco de tesão." digo em seu ouvido. Sei que isso é uma provocação a você. Sei que não resiste ao saber que meu pênis está rígido, em riste. Sinto suas mãos puxando minha camisa, como quem quer ser minha, quer que eu seja parte de ti.

Me afasto um pouco, olho em volta, te encaro. A puxo pelo braço até uma rua menos movimentada, observo, vejo uma abertura num muro. Construção.
Não resiste, sei que a ideia lhe é tentadora. Te conheço como se fosse parte de mim. Você quer e seu olhar entrega isso.

Entramos no local, completamente deserto. Te jogo contra uma parede e não precisei dizer qualquer palavra, arranquei sua blusinha e beijei desde seu pescoço até seus seios. Arranquei seu sutiã e vi seu mamilos duros, excitados, sem qualquer outro toque meu. Quer, ali, naquele momento. Insanidade!
Puxo teu cabelo e te vejo sorrir, aquele sorriso safado, de quem está perdida em tesão. Beijo seus lábios enquanto minhas mãos se perdem em seus seios. Você agarra meu pênis por cima da calça, -"você o quer?" pergunto imediatamente. -"Já é meu." responde, tão correta. Sim, é seu, assim como seu corpo é meu.

Te viro de costas, tiro sua calça, sua calcinha. Você empina a bunda, quer dentro, logo. Por que esperar? Preliminares foram seus olhares e mordidas, seus leves gemidos, minhas mãos em seus seios e minha boca pelo seu corpo. Preliminares foram as intensões, os desejos, o medo delicioso de sermos vistos ali.

-"Mete!" Pede, sem pudor.
Como negar? Tiro minha calça, cueca, e meto de uma vez. Dou um tapa de leve em sua bunda, você geme. Minhas mãos percorrem suas costas, até sua nuca, puxo seu cabelo, você adora assim!
A cada estocada sinto seu corpo estremecer, você começa a rebolar de leve, te agarro pela cintura antes que perca as forças nas pernas. Beijo teu pescoço, metendo em você por trás. Respiro ofegante enquanto você geme com vontade, -"Mais!" você diz, implora!

Te viro de frente pra mim, você me empurra, quer vir por cima, eu deixo. 
Senta e começa a rebolar, cavalgar, dentro e fora, dentro e fora, dentro e fora, sem parar, apertando os seios com as mãos, gemendo.
Olhos fechados, perdida em prazer.

Deita sobre mim, gemendo no meu ouvido, te seguro com força e movimento, conduzo.
-"Vou gozar!" diz, já quase sem forças. Também vou. Não preciso responder.
Seu corpo começa a tremer, reagir, orgasmo. Gozamos praticamente ao mesmo tempo, agarrados no chão sujo de uma construção qualquer.

E depois de tudo isso, além de uma das melhores transas da minha vida, não consigo parar de pensar o quão ruim é a vida de quem corre, de quem ocupa sua existência com coisas ruins... Enquanto outros, tão poucos, gozam. Sem pudor.

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